2 de jun. de 2010

Exemplo de diversificação de estratégia de ensino-aprendizagem



.: Release :.
No último dia 29 de maio, os alunos do curso Superior em Análise de Sistemas do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia - Campus Salto, participaram de uma aula de português bem diferente: eles conheceram o Museu da Língua Portuguesa, localizado na Praça da Luz, em São Paulo.

Dedicado à valorização e difusão do nosso idioma, o museu apresenta uma forma expositiva diferenciada das demais instituições museológicas do país e do mundo, usando tecnologia de ponta e recursos interativos para a apresentação de seus conteúdos. Para maiores informações, acesse: http://www.museudalinguaportuguesa.org.br/

A visita foi proposta pela professora da disciplina de Comunicação e Expressão, Viviane Andrade, com o objetivo de diversificar a estratégia no processo de aprendizagem, além de proporcionar o enriquecimento cultural e uma maior integração social dos alunos.

O passeio contou com o apoio da Coordenadora de Extensão do Instituto, Fernanda Romanezi e o transporte foi gentilmente cedido pela Prefeitura Municipal de Salto.

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.: Complementando :.
 Recomendo este tipo de trabalho uma vez que uma visita envolve outros sentidos (não apenas o visual/auditivo) no processo de ensino-aprendizagem, além de proporcionar a interação entre docente-discentes-comunidade.




12 de abr. de 2010

Revolucione a Sala de Aula


 
Qual a profissão mais importante para o futuro de uma nação? O engenheiro, o advogado ou o administrador? Vou decepcionar, infelizmente, os educadores, que seriam seguramente a profissão mais votada pela maior parte dos leitores. Na minha opinião, a profissão mais importante para definir uma nação é o arquiteto.
Mais especificamente o arquiteto de salas de aula.

Na minha vida de estudante freqüentei vários tipos de sala de aula. A grande maioria seguia o padrão usual de um monte de cadeiras voltadas para um quadro negro e uma mesa de professor bem imponente, em cima de um tablado. As aulas eram centradas no professor, o "lócus" arquitetônico da sala de aula, e nunca no aluno. Raramente abrimos a boca para emitir nossa opinião, e a maior parte dos alunos ouve o resumo de algum livro, sem um décimo da emoção e dos argumentos do autor original, obviamente com inúmeras honrosas exceções.

Nossos alunos, na maioria, estão desmotivados, cheios das aulas. (...) Alguns professores adoram ser o centro das atenções, mas muitos estão infelizes com sua posição de ator obrigado a entreter por cinqüenta minutos um bando de desatentos. Não é por coincidência que somos uma nação facilmente controlada por políticos mentirosos e intelectuais espertos. Nossos arquitetos valorizam a autoridade, não o indivíduo. Nossas salas de aula geram alunos intelectualmente passivos, e não líderes; puxa sacos, e não colaboradores. Elas incentivam a ouvir e obedecer, a decorar, e jamais a ser criativos.

A primeira vez que percebi isto foi quando estudei administração de empresas no exterior. A sala de aula, para minha surpresa, era construída como anfiteatro, onde os alunos ficavam num plano acima do professor, não abaixo. Eram construídas em forma de ferradura ou semicírculo, de tal sorte que cada aluno conseguia olhar para os demais. O objetivo não era a transmissão de conhecimento por parte do professor, esta é a função dos livros, não das aulas.
As aulas eram para exercitar nossa capacidade de raciocínio, de convencer nossos colegas de forma clara e concisa, sem "encher lingüiça", indo direto ao ponto. Aprendíamos a ser objetivos, a mostrar liderança, a resolver conflitos de opinião, a chegar a um comum acordo e obter ação construtiva. Tínhamos de convencer os outros da viabilidade de nossas soluções para os problemas administrativos apresentados no dia anterior. No Brasil só se fica na teoria.

No Brasil, nem sequer olhamos no rosto de nossos colegas, e quando alguém vira o pescoço para o lado é chamado à atenção. O importante no Brasil é anotar as pérolas de sabedoria. Talvez seja por isto que tão poucos brasileiros escrevem e expõem as suas idéias. Todas as nossas reclamações são dirigidas ao governo - leia-se professor - e nunca olhamos para o lado para trocar idéias e, quem sabe, resolver os problemas sozinhos.

Se você ainda é um aluno, faça uma pequena revolução na próxima aula. Coloque as cadeiras em semicírculo. Identifique um problema de sua comunidade, da favela ao lado, da própria faculdade ou escola, e tente encontrar uma solução. Comece a treinar sua habilidade de criar consenso e liderança. Se o professor quiser colaborar, melhor ainda. Lembre-se de que na vida você terá de ser aprovado pelos seus colegas e futuros companheiros de trabalho, não pelos seus antigos professores.

Stephen Kanitz é administrador (www.kanitz.com.br)
Publicado na Revista VEJA, Editora Abril, edição 1671, Ano 33, nº 42 de 18 de outubro de 2000, página 23

27 de mai. de 2008

Reflexões atemporais...


"Educamos hoje com valores adquiridos ontem, pessoas que são o amanhã. Os valores de ontem conhecemo-los. Os de hoje, percebemos alguns. Dos de amanhã, não sabemos. Educamos com os de ontem (os de nossa formação)? Perderemos os hojes e os amanhãs? Educamos com o de hoje? Perderemos o que havia de sólido nos de ontem e nada faremos pelos de amanhã, que já serão outros? Educamos com os de amanhã? Em nome do quê? De adivinhações? De nossa precária maneira de conceber um amanhã que escapa pelos desvãos do nosso cérebro?" (fonte: TÁVOLA, Artur da. A quem educa. In: Contato, ano 2, n. 5, out./dez.1999. )
O autor desta reflexão, que será sempre oportuna na discussão do trabalho do professor nos provoca uma saudável inquietação - a vontade de oferecer a melhor aula aos nossos alunos. Certamente vamos apresentar uma aula que resulta das experiências e valores dos nossos antepassados... não há como evitar. No entanto, necessitamos urgentemente fazer um update da metodologia utilizada em sala de aula, a fim de acompanhar as mudanças que hoje ocorrem em fração de minutos, e assim, consequentemente, os valores trabalhados serão mais próximos do real.
No último dia 17 pude visitar a Feira Educar em São Paulo. Lá conferi a maravilha da lousa digital, bem como softwares e até rede intranet de ensino que conecta alunos, professores e pais. No fim do dia cheguei a esta constatação: o fim da lousa e giz, dos cadernos e dos boletins falsificados já foi decretado. Não há como ignorar esta realidade e continuar agindo como se nada estivesse acontecendo com a educação global!

E para aqueles que não acompanharam os noticiários, Artur da Távola, autor da citação acima, foi senador, jornalista, colunista de tv, escritor e apaixonado pela música erudita, e nos deixou no dia 09/05/08. Fica aqui uma singela homenagem.

7 de mai. de 2008

A impaciência da "Geração Google"

"A chamada 'geração google' - que cresceu com a internet - não é tão afeita à leitura e à pesquisa quanto se imaginava. Apesar de saber mexer nos computadores sem maiores estresses, ao contrário da geração anterior, a turma pós-web vê as páginas mais do que lê e usa ferramentas de busca para tudo, sem desenvolver a análise crítica necessária para explorar melhor as fontes de informação presentes no ciberespaço." (Fonte: Jornal O Globo, Seção Info Etc, 21/01/2008.)
De acordo com um estudo realizado na Universidade College London chamado "Comportamento informativo do pesquisador do futuro", verificou-se a impaciência absoluta na busca por resultados e a intolerância quanto à informação conseguida.
O trabalho mostra ainda que isso não se restringe aos nossos plugados kids e teenagers de hoje, mas os universitários em todos os níveis, incluindo professores/pesquisadores que se utilizam desta forma de pesquisa apresentam os mesmos sintomas.
A meu ver, o que vivemos já é um sinal de que não somente a atuação do professor necessita de uma mudança de approach, mas os espaços educacionais em geral, incluindo as bibliotecas, precisam ser revistos e repensados.
No caso acima, penso que já que o tempo disponível para pesquisa e estudos rareou, as bibliotecas virtuais também precisam se modernizar e oferecer respostas mais rápidas e dinâmicas.

30 de abr. de 2008

Desafio aos docentes

Como este blog surgiu com uma tarefa da disciplina de Educação, Comunicação e Tecnologia na Educação, resolvi postar parte de um artigo de minha autoria que trata da nova postura do professor nesta que está sendo denominada a Sociedade da Informação.
Desafio aos docentes: transformarem-se em ciberprofessores?1
(...) Sabemos que muitos dos alunos que hoje chegam ao nível superior repudiam um contato aprofundado com o conhecimento clássico, a meu ver, por dois motivos:
a) A leitura destas obras lhes é de difícil entendimento devido à falta de uma educação básica de qualidade;
b) A existência dos recursos multimídia, com informações rápidas e trocadas em miúdos, é tão presente em suas vidas que eles não conseguem apropriar-se de um novo conhecimento pelas formas tradicionais.
Assim, que alternativa pedagógica resta ao professor? Apresentar os conceitos necessários ao aprendizado em forma de pop-ups? - disponibilizando aquelas janelinhas coloridas que de forma rápida e eficiente seduziriam os olhos dos alunos e pronto! Lá se foi uma teoria, um fundamento, um relato histórico?!
Pode até ser que esta técnica cibernética tivesse utilidade se o docente do ensino superior não tivesse a responsabilidade de formar um profissional na nova era – que precisa ter uma boa formação cultural e técnica, além de saber pesquisar, raciocinar, analisar, liderar e buscar soluções criativas, inteligentes e de baixo custo para as empresas ou instituições governamentais e de pesquisa.
(...) De que forma isso se daria? Revendo conceitos, discutindo suas práticas em cursos de formação de docentes, e a elas conferindo uma roupagem mais coerente com a realidade da sala de aula dos dias de hoje.

1 O prefixo ciber surgiu da palavra de origem grega cibernética, ciência que estuda os processos de controle e comunicação de sistemas complexos, e é comumente agregado a substantivos e adjetivos para designar algo relativo à internet e aos sistemas de informação.
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Para saber mais:
LÉVY, P.
Cibercultura. Rio de Janeiro: Ed.34, 1999.

PONTES, Aldo. A educação na sociedade da informação. In: Educação e formação de professores: reflexões e tendências atuais. São Paulo: Zouk, 2004.


22 de abr. de 2008

O porquê do título do blog

Portas, janelas (= windows, como bem pensou Bill Gates) representam a comunicação do interior da casa (ou do homem que nela habita) com o exterior (o quintal, a rua, o mundo). Imagine uma ambiente sem janelas... ou, ainda, com apenas uma porta... e o que isso pode representar aos seres humanos ali confinados: a ausência de alternativas para olhar e descobrir novos horizontes, apenas uma forma de entrar e sair. Por isso a cela conhecida como solitária é, para qualquer detento, o pior castigo. Não há troca, não há esperança. Só paredes. Rigidez. Conformismo.

Lembrei-me de uma das viagens que fiz às cidades históricas de Minas Gerais, quando chamou-me a atenção uma construção restaurada chamada "Casa das 15 janelas". Isso mesmo, quinze! Total transparência, invasão da luz do sol, contato permanente com a rua pavimentada por pedras assimétricas e povoada de diversidade.

O conceito 'janela' já estava escolhido como título. Surgiu, então, a inspiração através da música de autoria de Lô Borges, na voz de Flávio Venturini:

"Paisagem na Janela"
Da janela lateral do quarto de dormir
Vejo uma igreja, um sinal de glória
Vejo um muro branco e um vôo pássaro
Vejo uma grade e um velho sinal

Mensageiro natural de coisas naturais
Quando eu falava dessas cores mórbidas
Quando eu falava desses homens sórdidos
Quando eu falava desse temporal
Você não escutou...

(Você não quer acreditar)
Mas isso é tão normal
(Você não quer acreditar)
E eu apenas era...

Cavaleiro marginal lavado em ribeirão
Cavaleiro negro que viveu mistérios
Cavaleiro e senhor de casa e árvore
Sem querer descanso bem dominical...

Cavaleiro marginal banhado em ribeirão
Conheci as torres e os cemitérios
Conheci os homens e os seus velórios
Quando olhava da janela lateral
Do quarto de dormir...


Analisando as metáforas construídas, fica claro que a partir da janela do quarto, ou seja, do lugar mais íntimo do ser humano, o mundo todo se apresenta: os homens (bons e maus) - suas crenças e suas guerras, a liberdade, o passado - a vida acontecendo!

Transpondo esta mensagem para a nossa realidade, penso que é bem isso que estamos vivendo na Sociedade da Informação. Incontáveis janelas se abrindo aos nossos olhos, o tempo todo, de maneira incessante. Sejam elas reais ou virtuais, públicas ou privadas, contaminadas pelas ideologias das classes dominantes ou não - não há como escapar!

E o que fazer para que esta nova forma de perceber o mundo possa fazer parte do cotidiano dos professores e alunos? Como usar isso em favor da educação?

Assim meu primeiro blog foi denominado "Janela Lateral" pois pensei neste espaço oferecer uma chance de discutirmos o papel do professor atual de uma perspectiva mais intimista - como uma conversa entre vizinhos, que se debruçam sobre as janelas pela manhã e conversam animadamente.

22 de mar. de 2008

Inspiração!

Gostaria de abrir as postagens com esta estrofe da música 'Sol de Primavera' de (Beto Guedes e Ronaldo Bastos).
Uma palavra de esperança e inspiração às futuras mensagens que serão postadas:


Sol de primavera
Abre as janelas do teu peito
A lição sabemos de cor
Só nos resta aprender!


Sejam todos bem vindos e bem vindas!