27 de mai. de 2008

Reflexões atemporais...


"Educamos hoje com valores adquiridos ontem, pessoas que são o amanhã. Os valores de ontem conhecemo-los. Os de hoje, percebemos alguns. Dos de amanhã, não sabemos. Educamos com os de ontem (os de nossa formação)? Perderemos os hojes e os amanhãs? Educamos com o de hoje? Perderemos o que havia de sólido nos de ontem e nada faremos pelos de amanhã, que já serão outros? Educamos com os de amanhã? Em nome do quê? De adivinhações? De nossa precária maneira de conceber um amanhã que escapa pelos desvãos do nosso cérebro?" (fonte: TÁVOLA, Artur da. A quem educa. In: Contato, ano 2, n. 5, out./dez.1999. )
O autor desta reflexão, que será sempre oportuna na discussão do trabalho do professor nos provoca uma saudável inquietação - a vontade de oferecer a melhor aula aos nossos alunos. Certamente vamos apresentar uma aula que resulta das experiências e valores dos nossos antepassados... não há como evitar. No entanto, necessitamos urgentemente fazer um update da metodologia utilizada em sala de aula, a fim de acompanhar as mudanças que hoje ocorrem em fração de minutos, e assim, consequentemente, os valores trabalhados serão mais próximos do real.
No último dia 17 pude visitar a Feira Educar em São Paulo. Lá conferi a maravilha da lousa digital, bem como softwares e até rede intranet de ensino que conecta alunos, professores e pais. No fim do dia cheguei a esta constatação: o fim da lousa e giz, dos cadernos e dos boletins falsificados já foi decretado. Não há como ignorar esta realidade e continuar agindo como se nada estivesse acontecendo com a educação global!

E para aqueles que não acompanharam os noticiários, Artur da Távola, autor da citação acima, foi senador, jornalista, colunista de tv, escritor e apaixonado pela música erudita, e nos deixou no dia 09/05/08. Fica aqui uma singela homenagem.

7 de mai. de 2008

A impaciência da "Geração Google"

"A chamada 'geração google' - que cresceu com a internet - não é tão afeita à leitura e à pesquisa quanto se imaginava. Apesar de saber mexer nos computadores sem maiores estresses, ao contrário da geração anterior, a turma pós-web vê as páginas mais do que lê e usa ferramentas de busca para tudo, sem desenvolver a análise crítica necessária para explorar melhor as fontes de informação presentes no ciberespaço." (Fonte: Jornal O Globo, Seção Info Etc, 21/01/2008.)
De acordo com um estudo realizado na Universidade College London chamado "Comportamento informativo do pesquisador do futuro", verificou-se a impaciência absoluta na busca por resultados e a intolerância quanto à informação conseguida.
O trabalho mostra ainda que isso não se restringe aos nossos plugados kids e teenagers de hoje, mas os universitários em todos os níveis, incluindo professores/pesquisadores que se utilizam desta forma de pesquisa apresentam os mesmos sintomas.
A meu ver, o que vivemos já é um sinal de que não somente a atuação do professor necessita de uma mudança de approach, mas os espaços educacionais em geral, incluindo as bibliotecas, precisam ser revistos e repensados.
No caso acima, penso que já que o tempo disponível para pesquisa e estudos rareou, as bibliotecas virtuais também precisam se modernizar e oferecer respostas mais rápidas e dinâmicas.